Escola de Contabilidade PJP
Laboratório Contábil · Ambiente de prática assistida
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Módulo 1 · Fundamentos da Contabilidade

Base conceitual, patrimônio, contas e raciocínio contábil.

Curso EAD · Laboratório Contábil PJP Estudo guiado + prática no Sistema Contábil
Integração com o Sistema Contábil PJP

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Laboratório Contábil PJP

Módulo 1 – Fundamentos e Rotinas Contábeis
Apostila do Aluno – Versão Completa e Didática

Aula 1 – Bem-vindo ao Laboratório Contábil PJP!

Objetivo da aula

Apresentar ao aluno a proposta do Laboratório Contábil PJP, a metodologia do curso, a lógica de gamificação e mostrar como a contabilidade funciona como linguagem dos negócios e da gestão pública.

1. Começando nossa jornada

Imagine que você acabou de ser convidado para entrar em um laboratório de experiências contábeis.

Aqui você vai:

  • testar registros contábeis;
  • montar demonstrações;
  • enxergar tanto empresas quanto prefeituras “por dentro”;
  • errar, ajustar e aprender.

Pense no Laboratório Contábil PJP como um simulador de voo para quem quer pilotar a contabilidade na prática.

2. Para que serve este curso?

Ao final do curso, você deverá ser capaz de:

  • Entender o que é contabilidade e por que ela é chamada de linguagem dos negócios.
  • Ler e interpretar demonstrações contábeis básicas.
  • Simular o funcionamento de um escritório contábil.
  • Enxergar como funciona a contabilidade pública de uma prefeitura.
  • Entender custos de serviços públicos (educação, saúde, transporte, assistência).
  • Produzir relatórios simples para gestores, prefeitos, secretários e empresários.

3. Como o curso está organizado?

O Laboratório está dividido em 6 módulos:

  • Módulo 1 – Fundamentos e Rotinas Contábeis
  • Módulo 2 – Contabilidade Aplicada na Prática
  • Módulo 3 – Contabilidade Pública
  • Módulo 4 – Custos Aplicados (com foco em setor público)
  • Módulo 5 – Contabilidade Gerencial e Financeira
  • Módulo 6 – Laboratório Avançado e Casos Integrados

Cada módulo terá:

  • aulas em vídeo (na sua plataforma);
  • texto de apoio como esta apostila;
  • exercícios de reflexão;
  • fóruns de discussão;
  • e, quando aplicável, planilhas/modelos para baixar.

4. Como você vai interagir com a plataforma?

Dentro da plataforma, você poderá:

  • Marcar aulas como concluídas → isso libera pontos de gamificação;
  • Participar dos fóruns de dúvidas → postar dúvidas e comentar exemplos;
  • Acompanhar seu progresso → ver pontos, níveis e evolução;
  • Acessar materiais complementares → PDFs, planilhas e links.
Mini-atividade (reflexão):
Pegue um papel ou um bloco de notas e responda:
“O que eu espero aprender com este Laboratório Contábil nos próximos 30 dias?”
Escreva de 3 a 5 frases. Ao final do Módulo 1, volte a esse texto e veja se suas expectativas estão sendo atendidas.

5. A contabilidade como linguagem

Toda vez que uma empresa vende, compra, paga salário, toma um empréstimo ou investe, isso gera um efeito econômico.

Se alguém te perguntar: “Como estava a empresa X no fim do ano?” a resposta não pode vir apenas de opinião. Ela precisa vir dos relatórios contábeis.

De forma parecida, quando um cidadão pergunta: “A prefeitura está gastando bem o dinheiro dos impostos?”, a resposta também passa pela contabilidade pública.

6. Conclusão da aula 1

Ao terminar esta aula, você deve:

  • Conhecer a estrutura geral do curso;
  • Entender que haverá prática, fórum e gamificação;
  • Perceber que a contabilidade é uma linguagem para ler empresas e governos.

Na próxima aula, vamos entrar na base: princípios, normas e o regime de competência.


Aula 2 – Princípios, Normas e o Regime de Competência

Objetivo da aula

Compreender a base normativa que orienta a contabilidade e entender o regime de competência como pilar central do registro de eventos econômicos.

1. Aquecendo os motores

Antes de sair lançando operações, precisamos responder:

“Qual é a lógica por trás da contabilidade? Em que regras ela se baseia?”

É aqui que entram:

  • Princípios / Estrutura Conceitual;
  • Normas Contábeis;
  • Regime de Competência.

2. Contabilidade não é “achismo”

Imagine duas empresas iguais, com as mesmas operações, mas cada uma registrando de um jeito. Como comparar?

Por isso existem normas. Elas:

  • definem como reconhecer um ativo, receita ou despesa;
  • definem em que momento registrar;
  • definem como apresentar essas informações.

No setor público, isso também existe: a contabilidade de uma prefeitura precisa ser comparável com outra.

3. Regime de competência na prática

Regime de competência significa:

Registrar receitas e despesas no período em que ocorrem, e não quando o dinheiro entra ou sai.

Exemplo 1 – Empresa
10 de março: a empresa compra mercadorias com pagamento em 30 dias.
10 de abril: ela paga o fornecedor.

Pelo regime de competência:
• o custo da compra pertence a março,
• mesmo que você só pague em abril.
Exemplo 2 – Prefeitura
Setembro: chega a fatura de energia do prédio da Secretaria de Educação.
Outubro: a prefeitura paga a fatura.

Pela competência, a despesa é de setembro, pois a energia foi consumida em setembro.
Pausa para pensar:
Você consegue lembrar de uma conta na sua casa (água, luz, internet) que você paga depois de usar?
Pela lógica da competência, a despesa é do período em que você usou, não do dia em que pagou o boleto.

4. Por que isso é importante?

Sem regime de competência:

  • a empresa pode parecer “boa” em um mês só porque adiou pagamentos;
  • ou “ruim” em outro porque pagou várias contas atrasadas ao mesmo tempo.

Com competência:

  • você enxerga o que realmente aconteceu naquele período;
  • fica possível comparar meses e anos;
  • fica possível cobrar gestão eficiente, tanto de empresas quanto de prefeituras.

5. Normas contábeis: o que você precisa saber agora

Você não precisa decorar códigos de normas neste momento, mas precisa saber que:

  • Existem normas específicas para o setor privado;
  • Existem normas específicas para o setor público;
  • Ambas buscam o mesmo: informação útil, confiável e comparável.
Mini-atividade de fixação:
Considere os fatos abaixo e decida em que mês a despesa/receita pertence pela competência:

1. A empresa paga o aluguel de janeiro no dia 05/02.
2. A prefeitura paga uma empresa de limpeza, mas o serviço foi prestado em agosto e pago em setembro.
3. Você recebe salário no 5º dia útil, mas o trabalho foi feito no mês anterior.

Reflita e responda. Depois, confira com o professor ou no fórum.

6. Conclusão da aula 2

Esta aula mostrou a base que será usada durante todo o curso. Tudo o que faremos daqui em diante está fundamentado no regime de competência e nas normas vigentes.


Aula 3 – Plano de Contas e Lançamentos: o “mapa” da contabilidade

Objetivo da aula

Aprender como o plano de contas é estruturado e como funcionam os lançamentos contábeis básicos (débito e crédito).

1. O que é um plano de contas?

Pense no plano de contas como um índice de livro.

• Quer saber onde registrar “Caixa”? Procura no plano.
• Quer saber onde registrar “Fornecedores”? Procura no plano.
• Quer saber onde entra “Receita de Impostos” (prefeitura)? Também está no plano.

Sem plano de contas, cada um inventaria um nome e um código → seria um caos.

2. Estrutura básica no setor privado

Uma estrutura simples poderia ser:

  • 1 – Ativo
  • 2 – Passivo
  • 3 – Patrimônio Líquido
  • 4 – Receitas
  • 5 – Custos
  • 6 – Despesas

Exemplos de contas:

  • 1.1.1 – Caixa
  • 1.1.2 – Banco Conta Movimento
  • 2.1.1 – Fornecedores
  • 3.1.1 – Capital Social
  • 4.1.1 – Receita de Vendas
  • 5.1.1 – Custo das Mercadorias Vendidas
  • 6.1.1 – Despesa com Aluguel

3. Estrutura básica no setor público (PCASP)

No PCASP, há grupos como:

  • 1 – Ativo
  • 2 – Passivo
  • 3 – Variações Patrimoniais Diminutivas (VPD)
  • 4 – Variações Patrimoniais Aumentativas (VPA)
  • 5, 6, 7 – Contas de Controle

Exemplos:

  • 1.1.1.1 – Caixa e equivalentes de caixa
  • 2.1.2.1 – Fornecedores
  • 3.3.2.1 – Despesa com Pessoal
  • 4.1.1.1 – Receitas de Impostos

4. Débito e crédito sem trauma

Muita gente trava aqui, mas vamos simplificar com uma lógica visual:

GrupoAumenta comDiminui com
AtivoDébitoCrédito
PassivoCréditoDébito
Patrimônio LíquidoCréditoDébito
Receitas (ou VPA)CréditoDébito
Despesas (ou VPD)DébitoCrédito

Regra de ouro: todo lançamento tem pelo menos um débito e um crédito, e a soma dos débitos sempre é igual à soma dos créditos.

5. Exemplos práticos de lançamentos

Exemplo 1 – Empresa compra mercadorias à vista, em dinheiro

Fato: a empresa compra R$ 1.000 em mercadorias, pagando em dinheiro.
Contas envolvidas:
• Estoque (Ativo) → aumenta
• Caixa (Ativo) → diminui

Lançamento:
D – Estoques 1.000
C – Caixa 1.000
Exemplo 2 – Prefeitura recebe recurso de transferência

Fato: o município recebe R$ 50.000 de transferência do governo estadual.
Contas:
• Caixa/Bancos (Ativo) → aumenta
• Receita de Transferências (VPA) → aumenta

Lançamento:
D – Caixa 50.000
C – Receitas de Transferências 50.000
Mini-desafio guiado:
Tente pensar nos lançamentos (sem se preocupar com código numérico):

1. A empresa contrata um serviço e ainda não pagou (tem uma fatura a pagar).
2. A prefeitura paga parte da dívida com um fornecedor antigo.

Dica: Pense em qual conta aumenta/diminui e se é débito ou crédito.

6. Conclusão da aula 3

Após esta aula, você já tem base para entender como as operações são registradas e acompanhadas. A partir daqui, começamos a simular a prática contábil.


Aula 4 – Documentos Fiscais, Comprovantes e Controles Internos

Objetivo da aula

Entender de onde “nascem” os lançamentos contábeis, como diferenciar documentos fiscais e administrativos, e por que o controle interno é essencial.

1. Contabilidade não inventa fatos

A contabilidade não adivinha números. Ela registra o que pode ser comprovado.

Imagine:

Gestor: “Comprei 20 cadeiras para o escritório.”
Contador: “Tem a nota fiscal?”

Sem documento, não há registro confiável.

2. Documentos no setor privado

  • Notas fiscais de compra e venda;
  • Recibos;
  • Boletos e extratos bancários;
  • Comprovantes de transferência/Pix;
  • Contratos de prestação de serviços;
  • Folha de pagamento;
  • Comprovantes de despesas diversas.

3. Documentos no setor público

  • Empenho;
  • Nota fiscal / fatura;
  • Liquidação;
  • Ordem Bancária (OB);
  • Extratos oficiais;
  • Portarias e atos administrativos;
  • Contratos públicos.

4. Ciclo da comprovação

O caminho típico é:

Documento → Análise → Lançamento → Razão → Balancete → Demonstrações.

5. Controle interno: o “escudo” da contabilidade

Controle interno é o conjunto de práticas para garantir:

  • segurança dos registros;
  • redução de fraudes e erros;
  • segregação de funções;
  • autorizações adequadas;
  • conciliação frequente (por exemplo, banco x sistema).
Exemplo de segregação de funções:
A mesma pessoa não deve emitir nota, registrar no sistema, aprovar o pagamento e conciliar o extrato. Quanto mais etapas em mãos diferentes, maior a segurança.
Mini-estudo de caso:
A prefeitura contratou uma empresa para consertar telhados de escolas.
O serviço foi concluído, a empresa entregou a nota fiscal e o diretor da escola assinou um termo dizendo que o serviço foi feito.

Pergunta: em que momento deve ser registrada a despesa?
Dica: pense na etapa de liquidação.

6. Conclusão da aula 4

Você viu que a contabilidade nasce dos documentos, que cada tipo tem uma função e que, no setor público, há etapas formais (empenho, liquidação, pagamento) reforçadas por controles internos.


Aula 5 – Balanço Patrimonial e DRE: a “foto” e o “filme”

Objetivo da aula

Compreender a lógica das principais demonstrações contábeis e como elas se conectam: o Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado.

1. Foto x filme

Use a metáfora do celular:

  • Foto = mostra como algo está agora;
  • Vídeo = mostra o que aconteceu ao longo de um período.

Na contabilidade:

  • Balanço Patrimonial (BP) = foto do patrimônio em uma data;
  • DRE = filme do desempenho ao longo do período.

2. Balanço Patrimonial

O Balanço mostra:

  • O que a entidade tem (Ativo);
  • O que ela deve (Passivo);
  • A parte que pertence ao dono/patrimônio público (PL).

Equação básica: Ativo = Passivo + Patrimônio Líquido

3. Demonstração do Resultado (DRE)

A DRE mostra o filme do resultado durante o período:

Receitas – Custos – Despesas = Resultado

Exemplo empresarial simplificado:

Receita de Vendas: 100.000
(–) Custo das Mercadorias Vendidas: 60.000
(–) Despesas Operacionais: 30.000

Lucro Líquido = 10.000

4. Demonstrações públicas

No setor público não se fala em “lucro”, mas em resultado patrimonial e execução orçamentária.

A lógica continua sendo comparar VPA (variações patrimoniais aumentativas) e VPD (variações patrimoniais diminutivas).

5. Ligação entre DRE e Balanço

O resultado apurado na DRE afeta o Patrimônio Líquido no Balanço.

Ou seja: o “filme” de um período altera a “foto” seguinte.

Desafio rápido:
1. Quando a prefeitura compra computadores, o que aumenta no Ativo?
2. Quando a empresa pega um empréstimo bancário, qual grupo do BP aumenta?
3. Se uma empresa teve mais despesas do que receitas, o que acontece com o PL?

Use sua intuição contábil começando a se desenvolver.

6. Conclusão da aula 5 e fechamento do módulo

Neste módulo, você:

  • entendeu o papel da contabilidade como linguagem;
  • conheceu patrimônio, contas, plano de contas, débito e crédito;
  • viu a importância do regime de competência;
  • enxergou a origem dos registros (documentos);
  • e compreendeu a lógica de Balanço e DRE.

A partir daqui, nos próximos módulos, vamos aprofundar a prática: contabilidade aplicada, contabilidade pública, custos e decisões gerenciais.

Nota ao aluno:
Use este módulo como base de consulta constante. Volte às definições sempre que tiver dúvida, especialmente sobre competência, plano de contas e a relação entre Balanço e DRE.